terça-feira, 28 de maio de 2013

Taça de Portugal 2013, Eu no Jamor

Fui ao Jamor viver por dentro a festa da Final da Taça de Portugal. Deixei o carro numa zona residencial perto da entrada pelos topos, não fazia a mínima ideia onde é que era a minha entrada, a Entrada Tribuna. Segui as pessoas vestidas de vermelho e quando dei conta estava à porta da Entrada Maratona, voltei para trás e tive de dar meia volta as estádio para chegar à Entrada Tribuna. Enquanto caminhava para lá senti que me estava a afastar do estádio, andei pela mata do Jamor, andei pelo meio da estrada (estava cortada ao trânsito) e, já exausta e depois de tanto tempo a andar, voltei a ver uma entrada para o estádio, fiquei tão contente quando verifiquei que era a Entrada Tribuna. Vivi algumas das razões apontadas por muitos para que Final da Taça de Portugal seja jogada noutro estádio, num dos estádios construídos para o Euro 2004, mas nem por isso passarei a fazer parte do conjunto de pessoas que defende que a Final da Taça de Portugal deve deixar o Jamor, é lá que o verdadeiro espírito da festa da Taça de Portugal é vivido e, se a final fosse jogada noutro estádio, perderia grande parte do encanto e da magia que envolve a festa. O que seria das famílias que vão passar o dia ao Complexo Desportivo do Jamor e que levam almoço com tudo o que têm direito e que estão em pleno convívio até à hora de irem para o estádio? A Final de Taça de Portugal continuaria a ser jogada mas a festa que a acompanha e consequentemente o que de mais puro o futebol tem ficaria aprisionado no Jamor.
Eu já tinha estado presente numa Final da Taça de Portugal, foi há vinte anos atrás no Benfica 5-Boavista 2. Nesse ano, tal como este ano, cheguei ao estádio muito perto do início da partida, mas nessa altura não havia lugares marcados ou as pessoas não respeitavam os lugares marcados e então eu vi o jogo no meio da mata do Jamor, foi lá que festejei os cinco golos do Benfica.


Já dentro do estádio, o ambiente estava fenomenal, estava um clima de festa absolutamente fantástico. O Benfica tem um ativo que nenhum outro clube tem, os seus adeptos, são eles que fazem a diferença, são eles que fazem com que o Benfica seja o maior clube de Portugal e um dos maiores clubes do mundo.
Cantei o hino nacional e arrepiei-me à medida que o fui cantando, o jogo começou e eu apoiei a minha equipa em todos os momentos, o Vitória marcou o golo do empate e eu pensei que não queria que houvesse prolongamento, queria que o jogo ficasse resolvido dentro do período regulamentar, Ricardo marcou o golo que colocou o Vitória em vantagem e de repente a visão de prolongamento pareceu-me muito agradável. Mas tal não aconteceu, ao invés disso chegou o apito final do árbitro e com ele a terceira final perdida pelo Benfica pelo resultado de 2-1. Quando o jogo terminou eu tentei ir-me logo embora mas é claro que naquele estádio isso seria impossível, demorei tanto tempo a sair que no trajeto que fiz desde o meu lugar até à saída do estádio, por entre a tristeza da derrota e falta de paciência naquele momento em ouvir o hino do Vitório, tive tempo mais que suficiente para tentar perceber o que se passou naquele jogo. No passado domingo o Benfica fez o mínimo para ganhar e os seus adeptos não mereciam que a equipa tivesse feito apenas o mínimo, depois do apoio incondicional que receberam durante toda a época e em particular naquele jogo, a equipa tinha que ter presenteado os adeptos com uma grande jogo e uma grande vitória. Foi o último jogo de uma época muito dura para todo o universo Benfica e, nesse jogo, a equipa tinha que se superar, levar as suas forças ao limite e concentrar-se apenas naquele jogo. Desta vez eu não aceito a falta de sorte como justificação para a derrota na Final da Taça de Portugal,  fazer um jogo fraco não é falta de sorte, desconcentração não é falta de sorte.

O Benfica é enorme e o caminho do Benfica é o caminho da vitória e, no desporto como na vida, tantas e tantas vezes o caminho correto é quase sempre o mais difícil. Agora que a época terminou é preciso refletir sobre tudo que se passou, corrigir os erros, que é para isso que os eles servem, para que possam ser corrigidos, e preparar o futuro. Benfica sempre!

“Obstáculos são aquelas coisas assustadoras que você vê quando desvia os seus olhos da meta.”
Henry Ford

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