segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Até Sempre Rei Eusébio

Eu pertenço à geração que nunca viu Eusébio jogar e, como a grande maioria das pessoas da minha geração, cresci a ouvir o meu pai falar de Eusébio, dos seus golos e de como ele ajudou o Benfica a ser o que é hoje, o maior clube português e um dos maiores clubes do mundo. Eu própria, quando tinha 13 anos, comprei o livro “Eusébio em Banda Desenhada”, custou 750 escudos, lembro-me que li o livro com o maior interesse, fez com que eu conhecesse um pouco mais não só da história de Eusébio mas também da história do Benfica dos anos 60. Bem… Eusébio… Eu estou desde ontem a tentar perceber quem foi Eusébio e cheguei à conclusão que eu não percebia nada sobre Eusébio. O fenómeno Eusébio transcende gerações e transcende o mundo do futebol, até ao dia de ontem eu nunca tinha parado para pensar no tanto que Eusébio fez pelo país, através da sua paixão pelo futebol e da sua simplicidade de carácter ele deu a conhecer ao mundo este cantinho à beira-mar plantado e fez brilhar o nosso país numa época em que tudo parecia tão cinzento. A garra e a vontade de vencer de Eusébio faziam dele um "animal” em campo, a recordação de Eusébio a rematar à baliza é algo que perdurará para sempre na nossa memória, como na nossa memória perdurará também o respeito inigualável que ele tinha pelos seus adversários, Eusébio queria ganhar “apenas” pela emoção que a vitória leva ao coração de todos os que por ela anseiam, coisa pouca… Estas são recordações que perdurarão na memória de todos nós portugueses, mesmo na memória de quem, como eu, não o viu jogar.
Obrigada Eusébio. Até sempre Eusébio.

"Eusébio" por Manuel Alegre

Havia nele a máxima tensão
Como um clássico ordenava a própria força
Sabia a contenção e era explosão
Havia nele o touro e havia a corsa
Não era só instinto era ciência
Magia e teoria já só prática
Havia nele a arte e a inteligência
Do puro e sua matemática
Buscava o golo mais que golo: só palavra
Abstração. Ponto no espaço. Teorema.
Despido do supérfluo rematava
E então não era golo: era poema

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