Eu não sou uma profunda
apreciadora de Cristiano Ronaldo, eu sou da geração de jogadores como o Figo e
o Rui Costa, e estes são jogadores que aprecio imenso tanto enquanto
futebolistas, tanto como na sua maneira de estar. O Cristiano Ronaldo tem uma maneira
de estar mais fashion e, apesar de
eu não me identificar com ele, compreendo-o e admiro-o.
E o que eu mais admiro em
Cristiano Ronaldo não é o seu talento nem a sua capacidade inigualável para
jogar futebol, mas sim a sua fortíssima capacidade mental. Há tantas e tantas
situações na sua vida que são disso um exemplo. Tantas e tantas vezes que o
tentaram derrubar e ele nunca se deixou abalar, pelo contrário, saiu sempre
mais forte de cada vez que o tentaram fazer. Para mim o caso mais gritante foi
o Mundial de 2006 jogado na Alemanha, Cristiano Ronaldo sem dúvida alguma que já
era um jogador absolutamente fantástico e já se tinha imposto no onze do
Manchester United mas, a época de 2006/2007, penso que se tornou na sua melhor
época até à data. Durante esse Mundial aconteceram-lhe tantas coisas que só
alguém tão focalizado nos seus objetivos e com uma capacidade mental tão forte
é que conseguiria reagir daquela forma, transformando-se no melhor jogador do
mundo.

De todos os acontecimentos do
Mundial de 2006 aqueles que eu ainda tenho na memória são: o jogo com a
Holanda, em que durante o jogo os holandeses tentaram tudo para pô-lo fora da
partida, a injustíssima eleição de Podolski como o melhor jovem futebolista
desse Mundial e, acima de tudo, o jogo com a Inglaterra, em que se destaca a a
situação com Rooney e depois desse jogo, todos os episódios que lhe sucederam.
Para mim, este é o exemplo mais forte do que é Cristiano Ronaldo.
Antes da época 2006/2007 começar,
o ambiente que envolveu Cristiano Ronaldo foi duríssimo, devido ao lance com
Rooney ele teve ataques ferozes por parte da imprensa inglesa, alguns colegas
de equipa censuraram o comportamento do jogador português durante esse jogo e
mesmo as opiniões dos adeptos não eram consensuais. Os gritos daqueles que o
queriam fora de Inglaterra ouviam-se ao longe. Sem dúvida que o seu regresso não
deverá ter sido nada fácil mas, no final da época, todos tiveram que se render a
Cristiano Ronaldo.
O seu talento difere-o dos outros
jogadores de futebol, mas como já disse, o que mais o difere dos restantes
colegas de profissão é a sua capacidade mental, a sua força de vontade, o seu querer
e a sua capacidade de trabalho. Tão diferente de tantos outros jogadores de
futebol, lembro-me de uma primeira página de um jornal desportivo com o Bruno
César, antigo jogador do Benfica, em que ele dizia que agora já chegava a horas
aos treinos, antes tinha que ser o treinador adjunto a acordá-lo. Sem
comentários…
Não me consigo também esquecer
das sucessivas Bolas de Ouro da FIFA ganhas por Messi, não acho que Messi tenha
merecido todas elas. Na minha opinião a Bola de Ouro FIFA 2012 deveria ter sido
ganha por Cristiano Ronaldo, ele fez uma época fantástica ao serviço do Real
Madrid assim como um Euro 2012 ao serviço da nossa Seleção. Mas o que se pode
dizer sobre isso? Cristiano Ronaldo não ganhou a Bola de Ouro FIFA 2012 mas
também não vestiu aquele casaco e aquele lacinho horríveis às bolinhas brancas,
Dolce & Gabanna, mas não deixa de ser horrível.
Ainda agora mais recentemente, logo
a seguir às declarações de Mourinho, “o verdadeiro Ronaldo não este”, Cristiano
Ronaldo marca dois golos na vitória do Real Madrid sobre o Chelsea e é
considerado o melhor jogador em campo. Nunca se deixa afetar pelo ambiente
externo, na realidade, o que acontece é que sempre que o esse ambiente externo
lhe é adverso, ele responde dentro de campo e da maneira que melhor sabe fazer, com uma grande exibição.
Cristiano Ronaldo é a
personificação da frase de Friedrich Nietzsche “o que não provoca
minha morte faz com que eu fique mais forte.”