O Porto tem tantas e tantas coisas boas. Não existe melhor
maneira de terminar um fim-de-semana fantástico naquela cidade do que com uma das suas coisas
boas, uma maravilhosa francesinha!
"Por ruelas e calçadas Da Ribeira até à Foz Por pedras sujas e gastas E lampiões tristes e sós" Excerto do "Porto Sentido" cantado por Rui Veloso
Nos dias de hoje é cada vez mais
comum ver as prateleiras das livrarias repletas de livros de gestão,
nomeadamente de liderança e motivação, uns mais técnicos que outros, a escolha
depende do nível que se pretende alcançar.
Eu sou apaixonada por esta
temática e apesar de já ter lido alguns livros deste género há um que, mesmo não
sendo propriamente um livro técnico, eu gosto de uma maneira muito particular,
o livro do Selecionador Nacional de rugby que conduziu a nossa Seleção ao
Mundial de 2007, Tomaz Morais. O título do livro diz tudo, Compromisso: Nunca
Desistir. Este é um livro que releio diversas vezes e, da primeira vez que o li,
deu-me vontade de chorar, e vieram-me mesmo as lágrimas aos olhos, ao
identificar-me tanto com o livro ele trouxe-me à memória um período da minha
vida em que a gestão de equipas fazia parte do meu quotidiano.
A vida é feita de ciclos, e esse
ciclo foi encerrado, mas para sempre fica a lembrança da experiência mais
maravilhosa que se pode ter em termos profissionais: gerir pessoas. Gerir pessoas
não é fácil, seja que equipa for, uma equipa de futebol de um pequeno clube, uma
equipa de andebol de um grande clube, uma equipa de um call-center, a Seleção Nacional de rugby… Gerir é uma grande
responsabilidade que, requer coragem, capacidade de previsão, de empatia, de
análise de personalidades individuais, de talentos únicos, de competências
distintas de cada elemento e muito mais… No entanto é um desafio fantástico e
aliciante, mas acima de tudo… Único, pois não há nada mais gratificante do que
poder tirar o melhor dos outros. Como diz o próprio Tomaz Morais “no desporto
como nos negócios, são as pessoas que fazem a diferença. São elas que
acrescentam valor, atribuem dinâmica aos projetos e conferem sentido humano às
organizações.”
O livro do Tomaz Morais aborda
esta temática na primeira pessoa portanto, apaixonada e única, ele consegue
transmitir ao leitor a magnificência que é gerir pessoas mas também a
responsabilidade e entrega necessárias a quem vive esta experiência.
Uma das frases com que Tomaz
Morais reforça a importância do trabalho de equipa, fator fundamental, segundo
o próprio, para o sucesso das equipas, é absolutamente fabulosa: “até Maradona,
quando marcou o golo da sua vida, não o fez sozinho, precisou da mão de Deus.”
Os itens deste livro que eu mais gosto, se é que é possível fazer essa seleção,
são aqueles com que eu mais me identifico: I.1.3 – O que motiva as pessoas? I.1.5
– Como “motivar”? E também o item III.2 – É possível vencer os limites. No
entanto, é uma injustiça para com o livro selecionar capítulos pois, este livro,
merece ser lido desde a primeira até à última página.
Para os "Lobos" conseguirem o apuramento para o Mundial tiveram que acreditar naquilo que no começo não parecia mais que um sonho, mas acima de tudo, tiveram a ousadia de acreditar quando mais ninguém acreditava. Ao apurarem-se para o Mundial de 2007 conseguiram um feito incrível que foi muito além de uma presença na fase final de uma competição desportiva, este feito é o resultado da força de vontade e do querer daquele grupo. Não, grupo não, daquela equipa, porque se fossem um grupo não teriam conseguido atingir os seus objetivos superando-se em condições de extrema dificuldade. Em 2007 os "Lobos" foram um exemplo para o país, e hoje, em 2013, os "Lobos" continuam a ser um exemplo para o país.
"Os campeões não se constroem no ginásio. São feitos de algo que trazem dentro de si - um desejo, um sonho, uma visão. Os campeões têm que ter habilidade e vontade. Mas a vontade deve prevalecer sobre a habilidade. Ninguém consegue vencer sem vontade."
Eu adoro sapatos, especialmente
sapatos de Verão, nesta época do ano encontramos nas lojas sapatos tão bonitos
que, o difícil é qualquer mulher parar numa montra e não se apaixonar.
Um par sapatos faz muito mais por
uma mulher do que a maioria imagina. Sempre que uma mulher calça um par de
sapatos, mesmo que ela não saiba, acontece magia. Sapatos fazem-nos sair de nós
próprias, transportam-nos para outra dimensão que, apesar de desconhecida, faz
com que não queiramos sair de lá.
Sapatos são como o coaching, eles realçam o melhor de nós.
“O objeto em si não importa; importa a maneira como é apresentado.”
Ter visto o "Lincoln" no cinema fez-me recordar a história deste homem extraordinário. A história de vida de Abraham Lincoln é apaixonante e, apesar de saber antecipadamente que o filme descreve apenas os seus últimos quatro meses de vida, não poderia deixar de o ver. O filme retrata a forma como Lincoln faz a gestão entre a guerra civil americana e a sua intenção em abolir a escravatura através da aprovação da 13ª emenda pelo Senado. E o que eu posso dizer sobre isto é que só alguém com uma visão estratégica única seria capaz de fazer essa gestão de forma tão brilhante como ele o fez.
Apesar de admirar imenso a inteligência estratégica de Abraham Lincoln o que mais me impressiona neste homem é a incapacidade por ele demonstrada, ao longo de toda a sua vida, em conjugar o verbo desistir. A sua vida é feita de falhanço atrás de falhanço mas nenhum desses falhanços o impediu de continuar a caminhar sem perder de vista o seu foco, a sua resiliência é absolutamente fantástica. Muitos de nós desistimos ao fim do primeiro falhanço, a maioria desiste ao fim de alguns falhanços e, alguns, mesmo exaustos de lutar, cansados e no limite das suas forças vão até ao fim e continuam a perseguir os seus sonhos e a caminhar na sua direção porque têm a coragem de não abdicar de viver.
Lincoln teve uma infância difícil, os seus pais eram analfabetos e também teve uma educação pouco cuidada. Já jovem, aos 21 anos, não quis trabalhar na lavoura e tentou ser comerciante mas a sua loja faliu. Tentou os correios, o levantamento topográfico e a engenharia mas todas as suas tentativas saíram falhadas e então, voltou a tentar a agricultura, mas teve que vender todos os equipamentos para pagar as suas dívidas. Aos 23 anos candidatou-se à Assembleia Legislativa de Illinois mas foi derrotado, voltou a tentar os negócios e faliu novamente. Após tudo isto perguntamo-nos, eu pergunto-me, como é que alguém tem capacidade para continuar a lutar, para tentar mais alguma coisa na vida e acreditar que o próximo passo vai dar certo. De certeza que Abraham Lincoln teve momentos em que quis desistir e deixou de acreditar nele próprio mas não se deixou vencer por esse sentimento e continuou a lutar. Em 1834 voltou a candidatar-se à Assembleia Legislativa de Illinois e ganhou. Durante o seu segundo mandato começou a estudar Direito por ele próprio, concentrou-se nos manuais jurídicos e em 1836, aos 27 anos de idade, ficou aprovado nos exames. Tornou-se um advogado muito reconhecido, deu sempre primazia à defesa dos mais desfavorecidos. O pormenor com que ele ganha um célebre processo do foro criminal é absolutamente delicioso: defendeu o seu cliente da acusação de assassinato com a ajuda de um almanaque que provava que, sendo noite de lua nova, e consequentemente estando a noite muito escura, a testemunha do crime não poderia ter presenciado esse mesmo crime claramente. Ainda durante este período a sua namorada morreu e ele teve um colapso nervoso, passou seis meses acamado.
Os anos seguintes foram feitos de derrotas e de alguns sucessos, e foram essas derrotas e esses sucessos que o levaram a que em 1860, com 51 anos de idade, Abraham Lincoln se tornasse no 16º Presidente dos Estados Unidos da América.
A história de vida de Abraham Lincoln é uma fonte de inspiração, faz-nos acreditar na força do ser humano, faz-nos sentir comprometidos com a vida e com os nossos sonhos, tantas vezes esquecidos.
"Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz."
Abraham Lincoln
